Era um dia antes do meu casamento e era claro que eu estava surtando, não que eu não amasse minha noiva, mas a ideia de só poder comer uma mulher pro resto da minha vida me assustava. Não me considere canalha, ou considere se quiser, mas no fundo sou uma boa pessoa, não queria sugar a liberdade de ninguém e não ia gostar que alguém sugasse a minha, mas bem, é isso que exigem da gente. Casamento, que merda de palavra.
Sou homem, nasci pra ser livre, e não sou machista, mas
existem tantas mulheres por ai, com tantos mistérios, manias encantadoras e
belezas diferentes, como querem exigir que eu escolha apenas uma?
Mas voltando a minha historia, era meu ultimo dia de
liberdade e é claro que eu ia aproveitar.
Bebi todas, não era minha intenção ficar bêbado tão cedo,
mas fiquei, depois claro, fomos pro puteiro, que clichê ter uma despedida de
solteiro em um puteiro.
Fomos ao bordel mais porco da cidade, a cerveja custava 10 reais, que pessoa em sã consciência pagaria
10 reais por uma cerveja? O chão estava
vomitado, confesso que um pouco daquele vomito era meu, e aquele bordel só
tinha puta feia.
Exceto uma, que claro foi a que mais me chamou a atenção.
Aproximou-se, de vestido preto e com aquelas pernas finas,
longas e pálidas de fora, meu deus, que pernas.
Olhou-me nos olhos e olhei-a nos lábios, ela estava com
um batom vermelho, boca de mulher e olhos de menina.
Se aproximou com um ar de mulher que sabe que todos os
homens a desejam, me puxou pelo braço como se tivesse plena certeza que nenhum
homem a recusaria, não recusei.
Chegamos ao quarto e lhe pedi o preço, ela me disse que meus
amigos já tinham pago tudo e haviam lhe contado que eu me casaria amanhã,
portando ela sentia a obrigação de me
dar o melhor sexo da minha vida pois provavelmente seria uma das ultimas vezes
que eu o faria, ela riu e eu broxei, sim meus caros, broxei, porra, precisava
me lembrar dessa merda de casamento agora? Justo agora? Como todo homem, disse
o que todo homem diria:
- Isso nunca aconteceu comigo antes.
- Já ouvi isso outras vezes, mas costumava ser de caras com
um pouco mais de idade.
- Não me leve a mal, mas quando falou do meu casamento me
senti como um bulldog prestes a ser castrado e transformado em um poodle na
coleira.
- E não é?
- Ah obrigado, você é ótima dando conselhos, já pensou em
ser psicóloga?
- Sou puta e não sua amiga, então sem drama, e sobre
psicologia, eu até tentei, mas tranquei a faculdade no terceiro ano.
- Ok ex-futura-psicóloga, não somos amigos, mas poderia me
dizer porque abandonou a faculdade?
- Está tentando puxar assunto pra esquecer que broxou?
-Talvez.
- Eu não seria uma boa psicóloga, provavelmente meus diagnósticos
se resumiriam á “falta de piroca”.
- E os homens?
- Falta de trepar, simples assim, mas falando em trepar vai
querer trepar ou não? Lembre-se que essa é uma das suas ultimas vezes.
- Só mais uma pergunta antes.
- Tudo bem, o que não faço por uma trepada.
- Porque virou puta?
- Diferente das outras meninas, não tenho uma mãe doente nem
um pai bêbado pra sustentar, sou puta porque quero, gosto de sexo e ainda ganho
por isso. Mas essa vida já anda me enjoando, uns clientes meio chatos aparecem
as vezes, sabe?
- Isso foi uma indireta?
- Talvez.
Ela me beijou o pescoço, me mordeu a e sorriu com a cara mais safada do mundo.
- Vamos trepar então?
Seu amiguinho parece ter gostado da ideia.
Sexo, selvagem, noite toda, cigarros depois.
Pela manhã acordei sozinho na cama, fui procura-la, mas não
sabia o nome.
Quando já tinha desistido e estava indo embora ouvi alguém
gritando:
- Boa sorte futuro poodle castrado.
Aproximou-se e me beijou, sem pensar duas vezes eu disse:
- Não vou me casar, não estou pronto pra desistir de viver,
vou fugir.
- Vou com você.
- Vai?
- Já cansei dessa vida de puta e não tenho nada pra fazer
até meio dia mesmo.
- E porque comigo?
- Eu ainda não sei, mas gostei do seu papo e do seu perfume.
Fugimos da cidade, estamos em um hotel barato e ela está deitada
dormindo enquanto escrevo isso, e olha só que loucura, conheci o amor da minha
vida na minha despedida de solteiro, e tudo bem, eu sei que ela não presta, mas
quem disse que eu presto?
Comentários
Postar um comentário