Hipocrisia, eis o sentimento que domina essa sociedade. Mal podem ver duas pessoas de mãos dadas que já estão inventando historinhas lindas de romances e amores e depois condenando-as .
Se são duas menina então, nem queira imaginar. É como se tivessem já se casado e por intervenção divina estavam grávidas de um lindo casal de gêmeos.
Hipocrisia, não suporto isso. Também não me suporto, sim, sou hipócrita. Não consigo enfrentar meus medos e bater de frente com esta sociedade medíocre que vive de aparências. Como se amar fosse um pecado mortal, pecado é matar.Pecado mesmo é matar lentamente fazendo uso de palavras “inofensivas”.
Mas e daí se ela não tinha um pinto entre as pernas? Era amor, só isso. Isso por si já não é o suficiente? Como odeio essa sociedade. Mas vamos parar com esse meu ódio e minhas reclamações de pessoa hipócrita e partir logo pra historia. Na verdade nem sei se isso é um historia de fato, talvez um relato, um desabafo. Estou tentando me importar menos com termos técnicos ou rótulos.
Lá estava eu gritando feito uma louca em um jogo de futebol, que eu, menina comportada e dentro dos padrões, sempre odiei. Era um jogo na escola. Minha melhor amiga amava futebol. Eu ainda não gostava, mas passei a suportar por ela.
Era engraçado como todos me olhavam com aquela cara de “quem será aquela louca gritando por esta sapatão? Aposto que elas tão se pegando”.
Minha amiga era lésbica assumida, mas nunca me preocupei com isso, na verdade eu até a admirava por ter coragem de enfrentar todo esse preconceito escondido atras de sorrisos murchos e vidas vazias dessas pessoas consideradas normais.
O jogo terminou, o time dela perdeu e como sempre, ela saiu bufando para o banheiro e eu fui atrás dela.
Todo mundo já tinha ido embora e ela ainda não tinha saído daquele maldito banheiro. Entrei pra chamar ela. Ela estava sentada no chão com a cabeça baixa. Eu sentei ao lado dela e disse:
- O que houve? Já foi todo mundo embora.
Ela sorriu. Eu me levantei e fui saindo, ela também.
Senti uma mão me puxando, olhei para trás e dei de cara com ela com aquele sorriso que eu já havia visto ela dar mil e uma vezes pra outras garotas. Meu deus, aquele sorriso de canto, aqueles olhos verdes e grandes e aqueles peitos que paticamente pediam para serem apertados. Sem perceber eu já estava com a língua enfiada na boca dela. Beijos são estranhos. Parei de beija-la, assustada quis correr mas só comecei a rir.
Ela simplesmente empurrou a porta e voltamos a ser felizes e permita-me comentar, nossa, que pegada.
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