Pelo viajante solitário. Chovia. Era seis da manhã e por mais que eu quisesse continuar dormindo, a vida continuava. Eu acho uma sacanagem esse tal ser superior não ter feito alguma regra que só permitisse que chovessem em dias quais pudéssemos ficar semi-mortos em nossas camas fingindo que não existimos. Despertei meu parceiro de longa data e continuamos na estrada. Eu era solitário o bastante a ponto de meu melhor amigo ser movido à gasolina e transportar cargas. Mas confesso que escolhi a profissão por isso mesmo, a solidão. Acho que gosto dela. A solidão também é minha parceira de longa data. A chuva só aumentava, liguei o rádio e tocava Bob Dylan. Com Bob Dylan eu viajava. Figurativamente e literalmente. Quando eu viajava minha vida parecia ter ao menos um pouco de sentido. Tudo calmo demais, até que CARALHO, alguma desgraça verde tinha aparecido na porra da estrada. Meti o pé no freio e a mão no volante. Quase sai da estrada, mas consegui desviar daquele ser maluco de ca...
Jogados aos teus pés Eu sou mesmo exagerado